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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Crônica de um pai de terceira viagem - Epílogo

Anteontem minha pequenininha completou um mês. E um filminho passou pela minha cabeça. Revisualizei as quase 40 semanas de convívio insandecido com a mãe, grávida louca e perigosa; rememorei todas as vezes em que pensei em sair para comprar cigarro e nunca mais voltar; emocionei-me ao lembrar das minhas duas princesinhas mais velhas fazendo perguntas e planos sobre o bebê que iria chegar; e, naturalmente, revivi de alguma maneira a hora do parto.
Sim, eu dessa vez estive lá. Não pude assistir ao parto das mais velhas, mas deste eu participei, vi aquela coisinha miudinha sair de dentro da barriga da mãe e começar a chorar. Tirei fotos. Acompanhei a neopediatra ao berçário, vi minha filha sendo pesada, medida, limpa e arrumada. E simplesmente fiquei lá, de pé, ao lado da encubadora, olhando e amando aquele serzinho tão lindo e tão frágil. Passaria o restante da madrugada ali, mas fui convidado a me retirar.
E foi então que, já fumando em frente à maternidade, me lembrei de agradecer. Não sei bem a quem - Deus quiçá -, mas por quê. Agradeci e chorei muito por ser pai de mais uma princesinha, que certamente vai me encher de preocupação, vai me desobedecer, vai fazer bagunça, me levará, em conjunto com as irmãs, às raias da loucura, enfim, vai ser criança. Mas tenho a mais absoluta convicção de que vai valer a pena. Como tem valido a pena há oito anos, quando a mais velha nasceu. Nunca imaginei que uma coisa tão difícil quanto é ser pai pode ser, ao mesmo tempo, tão gratificante.
Quando amanheceu, pude pegá-la no colo, dar-lhe as boas-vindas e fazer o que me cabia - ficar babando. Só faço filha linda!
Não poderia finalizar estas crônicas de um pai de terceira viagem sem falar do principal, sem dar à luz a estrela do espetáculo, por isso este epílogo. E para encerrar de uma maneira mais lírica e paternal, não vou nem mencionar as loucuras de minha mulher a caminho da maternidade, mas que testemunhei quanto amor aquela louca de momentos antes tinha e tem para dar.
Finalmente, posso garantir que tenho um lugar reservado no céu, se ele realmente existir. E afianço que é ao lado direito de Deus - se Ele também existir. Afinal, não bastasse ser pai de três meninas lindas, a mãe...