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sábado, 24 de setembro de 2016

Do Amor - cena XXIV

O amor de
Deus
é infinito e incondicional
deu seu filho
para que tivéssemos a 
glória
de assassiná-lo
na cruz
e a eternidade para expiar
a culpa

Regozijo do Senhor
de si mesmo
a-dor-a-dor

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Do Amor - cena XXIII

Sanidade possui
músculo que bombeia
no mesmo compasso
sangue para o corpo desumano
inanimado
- repetição monotemática e enfadonha

Há verbete para o amor?
(substantivo incomum)

Há lembrete para amar?
(infinitivo algum)

Insanidade insiste
nos mesmos acertos
- embora sempre outros - 
incompreendidos
por quem desama

... e a razão não aprende a amar com a loucura...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Do Amor - cena XXII

Tido como louco
incapaz, impróprio, insano, inapto
explodiu-se.

A prole
uniu-se para limpar as paredes vermelhas
catar ossos, miolos e vísceras.

Em silêncio.

A labuta funérea
aproximou os órfãos
o luto cessou a luta

- enfim amor fraterno.

O louco foi são
no segundo da detonação

domingo, 18 de setembro de 2016

Do Amor - cena XXI

Antes do verbo (amar)
Deus, sábio perverso e inclemente,
dotou suas criaturas com
a mais pervertida das capacidades
sensíveis
- olhar

Desejo e ódio
a um só tempo desde então
coexistem

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Do Amor - cena XX

De papelão
a cama ninava
o velho sob a noite
fria.
Abraçado com a 
garrafa de cachaça
ele retribuía com 
calor
- etílico, humano.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Do Amor - cena XIX

O que sentia
causava-lhe dor
sangrava intermitente
reabria chagas
cegava e ensandecia

Carótida e coronária
cúmplices
entupiam-se

Então, a vertigem:
desamor, não
ele era a-mor