Penso que é muito pouco
dizer que um livro é bom ou ruim; se gostei ou não da leitura. Seja qual for o
caso, uma justificativa deve e merece ser dada. Dito isto, me vejo em
problemas. Paradoxalmente, por melhor embasada a crítica que se escreva sobre a
obra, será ela nada mais do que outro texto, distante daquele que o motivou,
ainda que mantenha o diálogo. Em uma palavra, apenas o livro é capaz de se
apresentar e responder as questões que ele próprio suscita. Portanto, para não
incorrer em possível academismo improfícuo ou para não diminuir o que Rasga-mortalha:
poemas dos outros, de W.B. Lemos, tem de instigante, sugiro sua leitura
enfaticamente para aqueles que gostam de poesia.
Para não me estender,
outro problema o autor, que também responde pelo pseudônimo de Esperando
Leitor, apresenta: com a publicação de Rasga-mortalha, invertem-se os papéis.
Agora, nós, leitores, outroficados, estamos a esperar novos poemas outros.