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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Agora
Agora sei que não sou o melhor
E, honestamente, não o quero ser
Agora estou livre, incógnito na multidão
Mais um rosto anônimo entre tantos
Hoje tenho certeza da minha pequenez
Que me torna grande, imenso, repleto, pleno
Faço de mim apenas mais um
E, como mais um, tenho meus momentos
- poucos, porém especiais
Hoje me encontro onde sei que deveria estar
Assim mesmo, sem medo de frases feitas
Pois sou comum, nada especial
Sem méritos nem louros nem aplausos nem prêmios
Agora posso prosseguir de cabeça erguida
Ciente dos meus erros passados,
Mas mirando sempre o futuro,
Com os pés no chão e a cabeça por aí, onde interessa
- meu maior presente
Hoje, certo de quem eu sou - e de quem eu não sou,
Comprometo-me menos, arrisco menos, vacilo menos
Mas acerto mais e valorizo mais cada conquista
Mesmo aquelas aparentemente insignificantes
Hoje vivo e vivo respiro aliviado
Retiro as máscaras todas
Sem deixar de ser, contudo, múltiplo - agora mais do que nunca
Agora respiro fundo e vou-me embora pra Pasárgada
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