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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O futuro da humanidade

Uma vez Flávio Carneiro escreveu um texto explicando por que não gosta de ler Paulo Coelho. Isso é melhor do que simplesmente repetir que a literatura de Paulo Coelho é ruim sem que sequer se tenha lido sua obra. Eu, por exemplo, que faço coro aos críticos do "mago", só li Brida, leitura obrigatória do colégio, quando tinha quinze anos. Razão suficiente para, de lá para cá, nunca mais ter lido nada, nem tenciono ler. Digo isso porque ganhei de presente, de uma amiga de minha mãe, O futuro da humanidade, de Augusto Cury. Na minha edição, na capa, consta a informação de "8 milhões de livros vendidos no Brasil". Bom, é um bocado de livro para a realidade editorial no Brasil. Lembro que meu primeiro comentário ao receber o presente foi "Não acredito que ganhei um livro de autoajuda". Mas, como a amiga de minha mãe é uma pessoa muito querida, resolvi ler o livro. Ainda mais porque ela deve ter me presenteado com o livro porque estou passando por um momento bem delicado de saúde. Há três semanas que estou às voltas com um velho problema neurológico que me complica bastante a vida. Não tenho conseguido sair de casa, Elisa e as crianças estão sofrendo bastante, estou muito dependente, com dificuldade de me alimentar sozinho, tomar banho sozinho etc. Academicamente, desisti dos cursos que estava fazendo como ouvinte na UERJ e ainda fui muito mal na entrevista do doutorado, que precisei fazer de cadeira de rodas. Nessa última semana melhorei muito, já consigo levantar da cama e caminhar até o sofá, mas ainda é prudente ficar em casa para evitar maiores transtornos. Diante desse quadro, um livro de autoajuda, na visão da amiga de minha mãe, viria a calhar. Li metade do livro e não aguentei mais, abandonei a leitura. Eu sempre procuro, ao iniciar um livro, ou um filme, ir até o final, não importa se estou gostando ou não. O único livro que me lembro de ter abandonado no início foi O cavaleiro da esperança, de Jorge Amado. E agora O futuro da humanidade. Continuar a leitura é uma ofensa a minha inteligência e a minha intelectualidade. Não vou, como fez o Flávio, escrever um texto para explicar por que não gosto de autoajuda, mas acho que vocês devem imaginar. Foi também o Flávio, em seu último livro - O leitor fingido -, que me ajudou a interromper a leitura sem culpas. Neste, Flávio fala que não há motivo para ir até o final se a leitura não é agradável - uma coisa meio que óbvia, não é verdade? Tenho inúmeros livros que gostaria de ler - e que não encontro tempo para a leitura - para me ocupar com o Dr. Augusto Cury. Nágile, agradeço bastante o presente, mas sou bastante exigente quando o asssunto é literatura.

Um comentário:

  1. Salve, Bruno.
    Ganhei no aniversário do ano passado também um livro do Augusto Cury. Assim como no seu caso, o presente me foi dado por uma pessoa estimada, de modo que iniciei a leitura na mesma época. Acabei deixando de lado antes da metade da história...
    Engraçado que topei com o volume dois dias atrás. E o curioso (não foi voluntário) é que não estava sequer guardado juntamente com os meus livros. Enfim... O fato é que, diferentemente de você, resolvi fazer um esforço e partir para uma segunda tentativa assim que terminar minhas leituras prioritárias.
    Estimo suas melhoras, cara. E fique tranquilo porque a entrevista para o doutorado "está no saco". Agora é aguardar pelo espanhol.
    Grande abraço. Fique em paz.
    Carlos.

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