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quarta-feira, 20 de julho de 2011

A revolta das vogais

O segundo livro de Solano Guedes ratifica seu talento. Sua imaginação encontra, na reforma ortográfica da língua portuguesa, terreno fértil para a revolta das vogais. Oprimidas pela maioria absoluta de consoantes, elas se rebelam, se organizam, e fundam o movimento separatista AUÊ. Recebem também apoio dos acentos agudos e circunflexos, que, sem as vogais, perdem muito de sua função. Quem também colabora com as vogais é a letra H, "uma consoante rebelde muito silenciosa que se infiltrava com facilidade entre todas as letras". Com o H, foi desenvolvida a Bomba Hiatômica - "uma bomba ortográfica de efeitos jamais vistos". As vogais, finalmente, atingiram sua intenção e o alfabeto tornou-se caótico, sem que palavra alguma pudesse ser formada. É nesse cenário que o Y, sempre envolvido em movimentos pacifistas, resolve agir. Com o auxílio do W, que trabalhava com internet, e do K, que se tornara rei, a paz entre as vogais e as consoantes é restabelecida.
A revolta das vogais, além de ser uma leitura deliciosa, apresenta ilustrações também de Solano e de Flávia Garcia de Carvalho. Com bastante criatividade, o autor conseguiu converter a reforma ortográfica em um mote para mais uma ótima história. Vale a pena conferir, também, A história dos três pontinhos, publicada pela mesma editora, a Vieira & Lent Casa Editorial.

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