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quarta-feira, 16 de maio de 2012

O Bruxo e a Princesa

Era uma vez, numa Floresta Encantada, um Bruxo muito bonzinho que adorava viver longe de todas as pessoas. Sua única companhia era a de seu fiel amigo, o Pássaro Mágico, sempre a postos para ajudar o Bruxo em tudo o que ele precisasse. Nem mesmo os animais da floresta conseguiam se aproximar do Bruxo, cada vez mais isolado, sem dar papo para ninguém. Todos os dias ele fazia a mesma coisa: acordava, dava um passeio até o lago, cuidava das flores, exercitava seus poderes e admirava a natureza ao seu redor. Nem mesmo com o Pássaro Mágico ele conversava muito. Assim, os dias se sucediam sem que nada de novo acontecesse.
A Floresta Encantada era muito grande e bonita, cheia de animaizinhos silvestres e felizes, mas, no extremo sombrio da Floresta, havia um morador muito malvado e infeliz, que não podia ver ninguém sorrindo que logo se zangava. Era o Monstro de Sete Cabeças, um monstro muito feio e solitário, incapaz de ver beleza em lugar nenhum. Ele passava os dias pensando numa maldade para fazer, mas nunca conseguia atingir seus objetivos. Até que um dia ele conseguiu realizar seu plano mais sinistro: sequestrar a Princesa e obrigá-la a ser sua esposa.
O Bruxo, no dia do sequestro, pressentiu que havia alguma coisa de errado, pois o céu ficou cinza como nunca acontecia, não se via nenhum animalzinho passeando pela Floresta, e um vento frio soprava sem parar. Mas como o Bruxo não tinha companhia nunca, achou que a melhor coisa a fazer era continuar com a sua rotina e tomar conta de seus afazeres. Nem mesmo o Pássaro Mágico foi capaz de convencê-lo a investigar o que havia acontecido.
Os dias passaram e o clima sombrio permanecia na Floresta Encantada. Perto dali, no Reino da Felicidade, o Rei não sabia mais o que fazer. Passava todos os dias chorando a ausência de sua filha e já estava quase sem esperanças quando um mensageiro do Conselho dos Anciãos trouxe-lhe uma resposta para o seu conflito. O único ser capaz de derrotar o Monstro de Sete Cabeças e devolver-lhe a Princesa era o Bruxo. O Rei, quando ouviu o parecer do Conselho, achou que se tratasse de alguma brincadeira, pois o tal Bruxo nunca fora visto e todos acreditavam não passar de uma lenda. Mas quando o Ancião mais idoso e experiente foi chamado para dar explicações, o Rei se convenceu e ordenou que seus soldados se encaminhassem para a Floresta Encantada em busca do Bruxo.
Este já estava aflito com a atmosfera sombria que tomara conta de sua Floresta, mas ainda não se encorajara a tomar alguma providência. Foi quando o Pássaro Mágico mais uma vez tentava convencê-lo a agir, que o exército chegou a sua casa e explicou tudo o que havia acontecido, implorando que o Bruxo ajudasse a libertar a Princesa e a devolver a paz, a harmonia e a felicidade ao Reino.
O Bruxo podia não gostar de ser incomodado, mas gostava menos ainda de maldade. Ele havia jurado sempre utilizar seus poderes para ajudar quem deles necessitasse, e foi com esta certeza que ele reuniu sua lança, seu Cristal Mágico, suas poções, e partiu em companhia de seu fiel amigo, o Pássaro Mágico.
Chegando ao extremo sombrio da Floresta, o Bruxo não tardou a verificar qual seria o melhor plano de ação. Constatou que a Princesa estava presa num quarto anexo à casa do Monstro, vigiada por ferozes cães de guarda, e que o Monstro malvado comia um porco assado na sala de jantar. Como o Bruxo era muito poderoso, rapidamente conseguiu, por meio de uma poção mágica, transformar os cães ferozes em gatinhos e, antes que o Monstro de Sete Cabeças pudesse esboçar qualquer reação, ele fora transportado para outra dimensão, onde não poderia fazer mal a mais ninguém.
A Princesa, percebendo o que estava acontecendo, correu em direção ao Bruxo e se jogou em seus braços, agradecida pelo que aquele estranho havia feito. Com um gesto, o Bruxo disse que não havia necessidade de agradecer e a levou em segurança de volta ao Reino da Felicidade.
Amanhecia quando a Princesa regressou em companhia do Bruxo e do Pássaro Mágico. Todo o reino ficou muito feliz em rever a Princesa sã e salva. O Rei mandou chamar o Bruxo e disse-lhe que ele poderia escolher tudo o que ele quisesse, e ainda daria a mão de sua filha. O Bruxo, muito educadamente, afirmou que não precisava de nada, e que guardasse a mão da Princesa para um Príncipe que estivesse à sua altura, pois ele não era digno de desposar tão linda Princesa. Diante dos protestos do Rei e de toda a Corte, o Bruxo finalmente disse que tudo o que ele precisava era de seu sossego na Floresta Encantada, mas prometeu sempre vir visitar a Princesa e o Rei, deixando de viver tão recluso no meio da Floresta.
Deste dia em diante, o Bruxo passou a visitar com regularidade o Reino da Felicidade, ganhou novos e bons amigos, e todos viveram felizes para sempre.

2 comentários:

  1. Espero que tenha feito sucesso... não conhece quem ilustre?

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    1. Flávia, não sei nem se o textoteve leitores, quanto mais ilustradores rs. Adoraria publicá-lo, mas...

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