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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual

Por um lado, a internet e toda a facilidade de comunicação e interação do mundo contemporâneo diminuem distâncias e aproximam as pessoas, oferecendo à população mundial conexão e integração em tempo real. Hoje, sem sairmos de casa, podemos nos comunicar fácil e rapidamente com quem quer que seja, em qualquer lugar do mundo, mesmo que sequer conheçamos nosso interlocutor. Por outro lado, toda essa facilidade de comunicação, ao invés de aproximar mais as pessoas, paradoxalmente, auxilia no maior isolamento do ser humano conectado.

Martin e Mariana são dois personagens que vivenciam essa contradição do mundo moderno: estar cada vez mais solitário diante de tantos e diversificados meios de comunicação. E com um agravante: ambos são moradores de Buenos Aires, uma capital com um planejamento e crescimento urbanos caóticos. Os apartamentos, cada vez menores, encerram e isolam seus moradores do contato físico com as outras pessoas, ou melhor, o contato há, mas um contato sem nome, sem rosto e sem convívio, onde cada um, em meio à multidão, é e está sozinho. A arquitetura, aliás, é uma espécie de terceira protagonista do filme, colaborando para o distanciamento entre as pessoas.

Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual, de Gustavo Taretto, discute com muito humor, inteligência e senso crítico o paradoxo que é estar sozinho conectado com todo o mundo; de se sentir solitário no centro de uma grande capital; de estar à procura de alguém fechado em um apartamento. Excelente filme para assistir sozinho ou acompanhado.

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