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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Precisamos falar sobre o Kevin

Precisamos falar sobre o Kevin, de Lynne Ramsay, é um excelente filme. Todavia, não é um filme fácil de assistir. A história centra-se na relação de Eva (Tilda Swinton) e seu filho Kevin (Ezra Miller), um adolescente que desde sempre se apresentou como uma criança desajustada.
Eva, que não queria ser mãe mas se vê refém de uma gestação indesejada, dá à luz a uma criança que piora em demasia a sua vida. A tensão existente entre mãe e filho cresce a um ponto de tornar a vida de Eva insuportável. Para piorar as coisas, diante do pai, Kevin se comporta como qualquer criança normal, dando a entender que as queixas maternas são exageradas e sendo cada vez mais mimado pelo pai.
O filme caminha para o desfecho esperado, o assassinato em massa cometido por Kevin em sua escola, o que faz Eva ser, durante todo o filme, vilipendiada por todos, onde quer que ela esteja. O inferno em que se transforma sua vida pode ser lido como uma espécie de castigo, embora, apesar da culpa que ela carrega consigo, Eva não tenha nenhuma responsabilidade sobre a psicose de seu filho. Mas resta a questão: ela estaria sendo culpada e punida pelo ato vil de Kevin ou por não ter sido uma boa mãe? É possível desassociá-los?
O filme merece destaque pelas belíssimas atuações de Tilda Swinton e Ezra Miller e pelo recurso encontrado pela diretora de sobrepor em constantes flashbacks a evolução temporal da história, sem se tornar um flashback "pedagógico".
O longa discute um comportamento que, infelizmente, vem se repetindo nos últimos anos e não é mais restrito à realidade norte-americana. Excelente filme e, apesar de denso e pesado, tem sua importância, sim, precisamos falar sobre o Kevin.

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