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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Como se tudo estivesse normal...

Estamos há dois anos em pandemia, com o devido sucesso do presidente genocida, e agora, apesar de muitos já vacinados, vivemos nova onda graças às variantes do vírus. Minhas filhas estão de férias das aulas remotas e como todas as pessoas responsáveis, pouco saem de casa. Aqui somos todos sobreviventes, teimamos em continuar a viver e não nos deixaremos vencer pelo tirano fascista. Ontem minha caçula, Maria Cecília, foi finalmente vacinada. Ela, de todas as três filhas, é a que mais tem sofrido com o distanciamento. Aulas remotas, "prisão" domiciliar, furta-se de parques, praias, contato com amiguinhos e amiguinhas. Nenhum responsável permite sua visita, assim como Elisa e eu também não recebemos seus amiguinhos. Dos 7 aos 9 tem vivido acompanhada de televisão e youtoubers. Uma pena. Ao menos está viva, não virou estatística, como as centenas de milhares de mortos do projeto político em curso no Brasil.
Hoje, enfim, como se a vida fosse nesse início de 2022 normal, fomos Maria Eugênia, Maria Antônia, Maria Cecília e eu ao cinema. No bolso, o passaporte: carteiras de identidade e respectivos comprovantes de vacinação. A vestimenta a de sempre: máscara. Quando perguntei se Maria Cecília queria assistir a Sing 2, seu sorriso de felicidade foi capaz de dizer tudo aquilo que o verbo não dá conta de exprimir. Como criança me deixei acompanhar por minhas filhas, maior dádiva que um homem pode ter. Elas são maravilhosas, cada uma a seu jeito. Único. 
Confesso que não tinha muita expectativa quanto ao filme, apesar de adorar animações. Até a metade do filme, ainda não sabia se o longa dirigido por Garth Jennings me agradava ou não, apesar de me arrancar gostosas risadas. Mas o maior termômetro quando o assunto é uma obra destinada ao público infantil são as crianças, e elas se divertiam a valer. Eu, casmurro, só poderia me render ao fato do filme ser, portanto, bom. Do meio em diante, porém, além das gargalhadas, me peguei chorando emocionado com a animação. Pode ser porque o filme é de fato bom, pode ser porque estava finalmente no cinema com minhas Marias, pode ser porque estamos vivos e com saúde. O fato é que deixei de ser adulto por quase duas horas e virei criança, pois toda vez que o adulto balança a criança me dá a mão. Maria Eugênia adorou, Maria Antônia chorava copiosamente e Maria Cecília, encantada. Eu, o homem mais feliz do mundo. Agora, estão as três revendo o primeiro filme da série, ao qual não assisti. Para finalizar uma tarde encantadora, uma pizza.

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