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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Meu dedão grita por espaço!

Ok, posso concordar que a estética punk é pobre. Os penteados, as vestimentas, a maquiagem, os três acordes e a arte de um modo geral, esteticamente, deixam muito a desejar. "Faça você mesmo" é um lema que, se por um lado é transgressor, por outro, é bastante limitado e limitante. Mas, por mais que eu possa concordar com e assinar embaixo do que venho dizendo, não posso fugir da evidência, pelo menos para mim, de que a música punk é boa pra caralho! Como não aumentar o volume ao som de Sex Pistols, Velvet Undreground, Ramones e, principalmente, The Clash. É claro que tem muito de remanescência adolescente nessa minha veia punk, uma adolescência que queria ser rebelde, mesmo que motivos não houvesse para isso. Mas o fato é que a música punk toca alto aqui em casa. Já não uso mais brincos, cabelos compridos e jeans rasgados, hoje sou, pelo menos aparentemente, um comportado e careta chefe de família. E foi assim que Elisa e eu fomos ao CCBB assistir à exposição I am a cliché: ecos da estética punk. Fotografias, capas de vinis, vídeos e, naturalmente, música nos entretiveram na exposição. Não vimos, porém, nenhum adolescente com cabelo moicano, como aqueles que encontramos na Quinta da Boa Vista. Devo estar ficando (muito) velho, mas acredito que não há mais espaço para esse tipo de penteado nos dias de hoje. Antes que me acusem de reaça, explico: nos anos 70, havia um contexto sociopolítico que justificava a iniciativa para a transgressão, mas hoje? Anacronismo puro e simples, ou então uma ode aos jogadores de futebol, convenhamos, nada a ver. Lembrando Flávio Carneiro, falando da literatura brasileira contemporânea, hoje não temos mais um inimigo comum contra quem escrever, do mesmo modo, penso eu, que não temos mais um ambiente que favoreça um modus vivendi punk. Mesmo que a música punk ainda toque alto na minha sala...

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