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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vida, minha vida

Uma vez disse a um grande amigo meu que queria ter a vida dele. Adoraria me dedicar exclusivamente aos estudos, ter tempo para assistir a filmes, peças, exposições, shows. Adoraria também fazer quantos cursos eu quisesse, participar de congressos, seminários, fóruns e tudo o mais que me desse na telha. Mas minha vida não me permite esse luxo. O tempo me é escasso, é um bem de que não disponho. Para conseguir fazer os cursos que estou fazendo como ouvinte este semestre, uma operação de guerra precisou ser muito bem planejada e articulada. Se uma peça do esquema falha, todo o planejamento é comprometido. Ontem isso aconteceu. Toda terça-feira a babá chega às 8 horas para que eu consiga chegar a tempo na UERJ. Como a Elisa ficaria em casa, dispensei a babá. Mas aí o imprevisto deu as caras. Maria Eugênia adoeceu, acordou de madrugada reclamando de dor de ouvido, e lá foi ela, assim que o dia amanheceu, com a Elisa para o pronto-socorro. Babá dispensada, fiquei eu em casa com a Maria Antônia, aflito vendo os ponteiros do relógio prosseguirem seu trabalho. Ligo para a babá, mas já era tarde, nada feito. O que não tem solução, solucionado está, diz o ditado. Cheguei atrasado na aula, não pude adiantar minhas leituras na biblioteca, e pensei na vida que eu queria ter. E foi pensando nessa vida que me dei conta que o tempo que me falta é muito bem empregado. Se por um lado não posso fazer tudo que eu gostaria, por outro as minhas princesinhas preenchem minhas horas maravilhosamente. Minhas filhas são o máximo! E lindas! E tagarelas, e bailarinas, e engraçadas, e divertidas, e inteligentes, e bagunceiras, e espertas e tudo o mais de bom que vocês puderem imaginar. Tudo bem, cheguei atrasado à aula, e daí? Iria à tardinha à ABL assistir a conferência "MPB e tropicalismos", com o José Miguel Wisnik. Outro imprevisto e lá vou eu buscar as princesinhas no colégio, pensando na minha vida e nas minhas escolhas. Acho que não preciso dizer que é covardia, porque as minhas filhas sempre vão ganhar a parada. Se sobrar um tempinho, leio mais algumas páginas, vejo um filme ou aprendo mais alguma coisa. Só se é criança uma vez, dizem, mas isso é mentira, porque, com elas, sou criança de novo.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Viver é ter alguém por quem cantar (pois assim somos cantados e sustentados na vida) e você tem duas sereias lindas!

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  3. Só quem tem esse tipo de falta de tempo sabe o quanto ele é compensador... e como ele nos ajuda a conseguir administrar com mais propriedade aquela réstia que nos sobra.

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